A obesidade mórbida é considerada uma doença epidêmica na América do Norte e em vários países do mundo, destacando-se como um problema de saúde pública. Essa doença é caracterizada por ser multifatorial, de origem genética e metabólica, agravada pela exposição e fenômenos ambientais, culturais, sociais e econômicos, associados a fatores demográficos (sexo, idade, raça) e ao sedentarismo.
A OMS (Organização Mundial de Saúde, divide a obesidade em três níveis, sendo grau 1 com IMC entre 30 e 34,9 Kg/m², grau 2 entre 35 e 39,9 Kg/m², e grau 3 ou obesidade mórbida com o IMC acima de 40 Kg/m².
Há vários tratamentos para a obesidade, entre elas a cirurgia bariátrica, ou mais conhecida como redução de estômago.Essa ferramenta é a mais aceita atualmente como a ferramenta mais eficaz no controle e tratamento da obesidade, sendo o principal benefício a qualidade de vida do individuo através da perda de peso adequada, lembrando a quantidade e o tipo de alimento a ser consumido e buscando-se o bem estar físico e emocional para que a perda de peso não acarrete desnutrição.
São candidatas a cirurgia bariátrica pessoas com o IMC maior ou igual a 40 Kg/m² ou IMC acima de 35Kg/m² associado com doenças clínicas descompensadas pela própria obesidade (diabetes melito, hipertensão arterial, apnéia do sono, doenças osteoarticulares, etc.).
Após a cirurgia haverá uma mudança de comportamento alimentar, pois os alimentos serão ingeridos em pequenas quantidades e precisarão ser bem mastigados.
Umas equipe multidisciplinar está envolvida na recuperação de um paciente submetido à cirurgia bariátrica. O fonoaudiólogo, é um dos profissionais com papel importante no resgate da qualidade de vida. Mastigação, deglutição, sucção e respiração corretas, além de musculatura sem flacidez, são algumas das áreas em que o fonoaudiólogo irá atuar.É fundamental que o fonoaudiólogo auxilie o paciente, no sentido de favorecer a ingestão de qualquer tipo de alimento, em qualquer ocasião.
É necessário fazer uma avaliação do paciente antes da cirurgia e orientá-lo sobre como deve manipular os alimentos; pois a tendência é a musculatura da face do paciente se tornar flácida; com isso, respiração e mastigação podem se tornar inadequadas; assim durante as terapias fonoaudiológicas o paciente trabalha a musculatura do rosto e do pescoço.
A terapia é definida a partir das necessidades do paciente. A maioria desses pacientes precisa reaprender a mastigar. Com os exercícios para a musculatura, não só as questões funcionais são melhoradas, mas também o fator estético.
Entretanto, a presença do fonoaudiólogo na equipe de cirurgia bariátrica ainda não é comum, precisando ser mais divulgado tanto no pré-cirúrgico - trabalhando os músculos mastigatórios, orientar a mordida, a quantidade de alimento a ser ingerido e a postura correta para degluti-los - quanto no pós-cirúrgico.
Pode haver discordância entre médicos e fonoaudiólogos sobre o atendimento por ainda não haver um protocolo, mas espera-se que posteriormente todos que forem candidatos à cirurgia bariátrica, passem por uma triagem fonoaudiológica.
Referencias
* Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2): 109-26
* Rev. Comunicar - Revista do sistema de conselhos federal e regionais de fonoaudiologia - Ano XII - n° 48 - janeiro-março de 2011
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